PEDRO JUAN CABALLERO / martes, 14 de mayo de 2024

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Dois aviões bombardeiros russos capazes de transportar armas nucleares pousaram na aliada Venezuela, em uma demonstração de apoio ao governo socialista da Venezuela que enfureceu Washington.
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A força aérea russa aterrissou nesta semana na Venezuela.

Quatro aeronaves – incluindo dois bombardeiros Tupolev 160 (Tu-160),(conhecidos como *Cisnes Brancos* por pilotos russos) com capacidade para transportar armas nucleares  de curto alcance – pousaram na segunda-feira no Aeroporto Internacional de Maiquetía Simón Bolívar, nos arredores de Caracas – em uma demonstração de apoio da Rússia ao governo do presidente Nicolás Maduro.

O ministro da Defesa venezuelano, Vladimir Padrino, participou de um evento de boas-vindas às aeronaves e afirmou que elas fazem parte de exercícios de cooperação militar entre os dois países.

*Estamos nos preparando para defender a Venezuela até o último momento caso seja necessário.*

*Vamos fazer isso com nossos amigos porque temos amigos no mundo que defendem relações respeitosas e de equilíbrio*, completou.

Seu deslocamento ocorre dias após o presidente venezuelano, Nicolás Maduro, cujo governo de esquerda é o mais significativo inimigo dos EUA na América Latina, se reunir com o presidente russo, Vladimir Putin, em Moscou.

À medida que a economia socialista da Venezuela, um membro da Opep, implode, a Rússia se torna uma financiadora de último recurso fundamental, investindo em sua indústria de petróleo e dando suporte ao seu Exército.

No domingo, Maduro afirmou que havia uma tentativa "coordenada diretamente pela Casa Branca de perturbar a vida democrática na Venezuela e tentar dar um golpe de Estado contra o governo constitucional, democrático e livre do país" em andamento.

Padrino explicou que os aviões russos são *logísticos e bombardeiros* e acrescentou que ninguém deve se preocupar com a presença das aeronaves no país.

*Somos construtores da paz, não da guerra*, declarou.

Aliança Maduro-Putin

Um exercício militar conjunto foi anunciado poucos dias depois do encontro de Maduro com o presidente da Rússia, Vladimir Putin, em Moscou. A reunião resultou na assinatura de contratos da ordem de US$ 6 bilhões em investimentos russos nas áreas de mineração e petróleo na Venezuela.

Os dois países são aliados próximos de longa data. E o governo de Maduro, pressionado pelas sanções impostas pelos Estados Unidos e pela União Europeia contra o que consideram violações de direitos humanos na Venezuela, quer reforçar esses laços - incluída, aí, a frente militar.

O embaixador da Rússia lembrou que a cooperação na área de defesa começou em 2005, quando Hugo Chávez era presidente.

Mas o plano de ambos os governos agora é aprofundar essa relação.

O ministro Padrino contou que Caracas aguarda a chegada de uma delegação russa com a qual devem discutir formas de fortalecer o arsenal das Forças Armadas venezuelanas - embora a difícil situação dos cofres públicos do país sul-americano, que vive a maior recessão de sua história, seja um obstáculo para a aquisição de armamentos mais sofisticados.

Em meio à grave crise econômica, política e social que a Venezuela atravessa, especialistas ouvidos pela BBC News Mundo, serviço em espanhol da BBC, acreditam que a presença militar russa pode ter o objetivo de "desencorajar" terceiros a realizar *algum tipo de intervenção militar* no país.

Mas, além de beneficiar a Venezuela, essa aliança também é considerada vital para o governo Putin, de acordo com os analistas.

*É muito importante mostrar ao público interno que, apesar das sanções, a Rússia cumpre seu papel de superpotência e tem países amigos. Vale a pena pagar por isso*, explica Ismailov, fazendo referência a Putin.

Uma *provocação* aos EUA

O envio das aeronaves para a Venezuela também serviria como um recado aos EUA, de acordo com especialistas.

O governo russo criticou em diversas ocasiões a *interferência* dos EUA na Ucrânia e o envio de tropas americanas para o Mar Negro e o Báltico, como parte das operações da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan).

E mandar os bombardeiros para a Venezuela pode ser uma resposta, uma maneira de "colocar o dedo na ferida" dos EUA.

*Parte da razão (para o envio dos bombardeiros) é treinar pilotos russos em voos de longa distância, outra parte é destinada simplesmente a irritar os Estados Unidos*, afirma o ex-embaixador na Ucrânia.

*A Rússia envia bombardeiros para a Venezuela e nós, um navio-hospital*, afirmou o coronel Robert Manning, porta-voz do Departamento de Defesa dos EUA.

Em entrevista coletiva no Pentágono, Manning se referiu ao USNS Comfort, que partiu em meados de outubro rumo à América Central e à América do Sul com a missão de oferecer ajuda humanitária aos refugiados venezuelanos.

*O mais importante é que estamos ao lado do povo da Venezuela em um momento de necessidade*, acrescentou.

O secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo, afirmou que se trata de *dois governos corruptos esbanjando recursos públicos*.

O governo russo classificou a declaração como *completamente inapropriada* e *pouco diplomática*.

Mas a Rússia não é a única a enviar jatos militares para outros países. Os EUA também mandaram aviões para seus aliados, incluindo a Ucrânia, cujas relações com Moscou permanecem tensas após a anexação da Crimeia. 

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